De uma velha mala guardada no canto do sótão surgiram velharias com cheiro a vivências e recordações do passado.Cada peça lembrava um momento, uma festa, um carinho, uma saudade!
No meio daquela panóplia dos tempos idos surge um velho vestido embelezado com uma gola preta bordada a palha que a minha mãe variava isto é usava em várias peças pois naquela altura as abundâncias não eram muitas!
Lembro-me de a minha mãe dizer que aquela beleza era feita no Faial e também me lembro de ela ter também um véu com a mesma origem com que cobria a cabeça para ir à igreja pois naquela altura as mulheres não entravam na igreja de cabeça descoberta, era considerado uma falta de respeito!
Senti uma vontade de aproveitar aquela relíquia e resolvi restaurá-la e adaptá-la a um fato qualquer, Foi como se tivesse um pouco da minha mãe de volta!
Eis o resultado...
Como ao restaurar o dito trabalho fiquei curiosa para saber mais sobre aquele tipo de artesanato, fui investigar e encontrei um trabalho de uma faialense, Maria Eduarda Fagundes, radicada no Brasil que vivênciou na sua infância a execução deste belo trabalho artesanal que para mim é uma arte a qual o descreve do seguinte modo:
"O tule, fina trama de fios de seda, algodão ou nylon, vinha enrolado em largas réguas de papelão da casa Santos & Lacerda na Horta, onde papai trabalhava.
Depois de cortado, era colocado e preso por alfinetes,a um molde de papel manteiga onde o desenho se mostrava para ser executado.
Os fios que preenchiam a trama, eram em geral de seda ou de palha de trigo tratada em fumeiro de enxofre, para adquirir o brilho dourado. Após essa etapa, abria-se cada canutilho de palha em cinco fitas muito finas, passando-o num fuso pequeno e delicado de osso de cachalote ou de madeira. O miolo delas era retirado por um canivete, bem afiado, passando-as entre a lâmina e o dedo gordo, previamente protegido por uma dedeira de couro grosso, obtendo-se assim delgadas fitinhas douradas de uns 20cm., que cortadas em bísel numa das extremidades se transformavam ao mesmo tempo em linhas e agulhas do bordado!
Sentadas em redor, mamã e as senhoras que trabalhavam com ela executavam o minucioso bordado. Mãos hábeis e ágeis , com movimentos intrincados mas precisos, faziam surgir sobre o tule figuras delicadas que enchiam os olhos de admiração e beleza. Mantilhas, blusas, véus, depois de prontos, eram cuidadosamente arranjados artisticamente e embalados em papel de seda e enviados pelo correio, em caixas, do Faial para as outras ilhas do arquipélago açoriano (S. Miguel,Terceira,Graciosa, Pico ), Madeira, e até para Lisboa, Canadá e Estados Unidos".
É sabido que o muro que impede os outros de entrar é o mesmo que nos impede de sair, é por isso que abro esta página, sempre que tenho possibilidade, para saltar o obstáculo que nos separa e poder ir até ti, contando-te as minhas alegrias e tristezas e mostrando-te o que é importante para mim assim como as minhas eventuais aprendizagens. Salta o muro amiga/o, vem até esta página, conta comigo!
quarta-feira, 27 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Dia da espiga-Uma linda tradição!
Hoje é Quinta- feira da ascensão. A igreja comemora a ascensão de Jesus Cristo ao Céu e encerra, deste modo, o ciclo de quarenta dias após a Páscoa.
Também, neste dia e sobretudo no Sul do país, há o gracioso hábito de as pessoas irem pelos campos colher espigas para fazerem ramos que penduram em casa e que só substituem pelo do ano seguinte.Estes ramos são feitos de espigas de trigo e de outras flores que simbolizam a fecundidade da terra, a alegria de viver, a abundância, a beleza e a paz.
Nas grandes cidades vêem-se vendedores com grandes recipientes cheios de ramalhetes que vendem aos transeuntes que gostam de preservar este mimoso costume. Dá a sensação de que o campo invadiu a cidade! posso testemunhá-lo porque o ano passado assisti embevecida a este evento.Simbolismo das flores do ramalhete:
Também, neste dia e sobretudo no Sul do país, há o gracioso hábito de as pessoas irem pelos campos colher espigas para fazerem ramos que penduram em casa e que só substituem pelo do ano seguinte.Estes ramos são feitos de espigas de trigo e de outras flores que simbolizam a fecundidade da terra, a alegria de viver, a abundância, a beleza e a paz.
Nas grandes cidades vêem-se vendedores com grandes recipientes cheios de ramalhetes que vendem aos transeuntes que gostam de preservar este mimoso costume. Dá a sensação de que o campo invadiu a cidade! posso testemunhá-lo porque o ano passado assisti embevecida a este evento.Simbolismo das flores do ramalhete:
Flor branca simboliza a Paz.
Flor amrela simboliza o ouro.
A papoila simboliza o amor e a vida.
Um raminho de oliveira simboliza azeite e paz .
Malmequer simboliza ouro ou prata (conforme a cor do mesmo).
Espiga simboliza pão (abundância).
Videira simboliza vinho e alegria.
Alecrim simboliza saúde e força.
Embora nos Açores não haja esta tradição mas considerando este hábito engraçado e saboroso, deixo aqui estas espigas com votos de alegria, paz, prosperidade e muito amor, isto tudo acompanhado com muito respeito e carinho pelas tradições que os nossos antepassados nos legaram.
Embora nos Açores não haja esta tradição mas considerando este hábito engraçado e saboroso, deixo aqui estas espigas com votos de alegria, paz, prosperidade e muito amor, isto tudo acompanhado com muito respeito e carinho pelas tradições que os nossos antepassados nos legaram.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Toalha com motivos alusivos ao Natal
Não fiques assustada,não, ainda não estamos no Natal embora o tempo corra à velocidade do vento, eu é que estive estes dias ocupada a acabar este trabalho e como fiquei contente por ter acabado e vaidosa com o resultado, resolvi tirar estas fotos para te mostrar.
No próximo Natal ainda ficará melhor com umas coisinhas boas em cima!
Então é assim:
20 guardanapos com motivos alusivos ao Natal, 6 novelos de linha matizada, uma farpa de croché e sobretudo muita paciência porque embora este trabalho pareça fácil às vezes leva o seu tempo para dar certo nos cantos.
Gostaste?
Pano com motivos de Natal:
No Natal passado fiz vários destes panos para oferecer e pensei fazer um para a minha casa mas não consegui fazer por falta de tempo, agora ao terminar a toalha resolvi prevenir-me para o próximo Natal e toca de pôr mãos à obra e aqui está o resultado!
Agora é só esperar pela época para o usar...
Subscrever:
Mensagens (Atom)