
Conta então o romance, a páginas tantas, que o abastado Jacinto que vivia em paris, num palácio nos Campos Elísios, o nº 202, vivia com todos os luxos e modernidades que existiam à altura e que tinha como protegida uma cocotte chamada Diana de Lorge ou Diana d`Oriol. Acontece que a dita dama, certo dia da Semana Santa apareceu no palácio de Jacinto, depois do almoço, toda de negro, de um negro liso e austero de semana santa, a caminho da Igreja da Madalena onde tinha lugar marcado para o sermão. Aceitando um biscoito e um cálice de Tokai, tirou o chapéu, para se servir mais à vontade, Jacinto então, reparou no Chapéu e curvou-se com curiosidade impressionado com aquela obra de arte, uma criação da Madame Vial, muito respeitoso, muito sugestivo e muito quaresmal... o qual sobre o veludo, na sombra das plumas frisadas, aninhada entre rendas, fixada por um prego, pousava delicadamente, feita de azeviche, uma coroa de espinhos!
Isso mesmo, pasme-se, uma coroa de espinhos como a que Jesus usou durante a sua paixão, na cruz que o crucificou, a adornar o chapéu de Diana de Lorge, a Cocotte de jacinto!